Há um ditado judaico que diz: “Deus não pode estar em todos os lugares. Por isso criou as Mães”.
Desde que me tornei Mãe, por aprendizado e sensibilidade melhorei a geografia do coração... Percebi planícies, lagos, quantas cachoeiras, montanhas e os abismos. Tudo isso num mapa da natureza, na forma de Paixões, Generosidade, as capacidades infinitas de Amar e Perdoar. O coração de uma mulher é outro de quando se torna Mãe e percebe a dimensão do Amor nas suas propriedades.
Nas Paixões, reside a emoção das decisões, as idas e voltas do sucesso, as decepções e as alegrias. Na Generosidade mora o próprio instinto materno e protetor, a voz da alma e a razão de muitas atitudes. Amar e Perdoar, entretanto, são exercícios diários, que muitas vezes forçamos para errar o cálculo só para acertar em cheio o resultado. Se erramos por amar, acertamos ao perdoar e aprendemos todo o tempo que o Amor se supera, nos invade e dá a força, o instinto e o caminho. Por isso dizem que “O Caminho é o Amor”, na palavra cristã.
Foi sendo três vezes Mãe, que aprendi a reconhecer na minha Mãe, todos esses predicados intangíveis, que não se pode tocar, pegar, mas se pode sentir, envolver e sobretudo se nutrir deles. Quando acertei na vida, foi porque tive o exemplo da minha Mãe. Quando errei, fui atrás dela para buscar as soluções. E foi por causa da essência de tudo o que minha Mãe representa em minha vida que eu existo com força, com fé e dominada “sempre” pelos sentimentos que fazem me sentir Mãe, também. Sempre digo, que as Mães entendem o que os filhos “não dizem” e repito que as Mães escutam o som do coração e não o das cordas vocais. Fui compreendida assim e é assim que tenho compreendido meus filhos.
Ser Mãe não é nenhum sacrifício, muito menos um ofício. É uma dádiva. As atividades periféricas são meros acessórios do cotidiano, do fato de estarmos vivas, graças a Deus. Quando raramente paro e penso na condição da vida e jogo uma luz sobre o conjunto dos acontecimentos relacionados com meu desígnio de ser Mãe, não consigo ter outra reflexão que não resulte numa uma alegria imensa, uma realização imensurável, um prazer inenarrável. Pois é exatamente essa reflexão que talvez me faça ignorar as hipocrisias, levantar dos tropeços e superar as decepções com tanta facilidade. É porque no mapa do meu coração, sou Mãe e é especialmente porque “amo” (com mil letras) o fato de ser Filha. Por isso, o dia das Mães é também o dia dos Filhos.
Eu dedico esse dia, integralmente, à minha Mãe, como provavelmente todas vocês dedicam às suas, estejam elas onde estiverem. Mas Eu dedico o Dia das Mães, também aos meus Filhos, porque com eles, posso ser Mãe. Nada mais propício do que o Amor.
Um beijo para as Mães e Filhas.
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